terça-feira, março 17, 2009

Visita de Estudo... Os Castros de S.Lourenço

O Castro de São Lourenço encontra-se no monte do mesmo nome, ao Norte de Esposende, perto de Vila Chã, a uma altura de 200m acima do mar, num dos esporões graníticos da arriba fóssil que se estende desde o monte de Palmeira de Faro até S. Paio de Antas. Este castro foi classificado como Imóvel de Interesse Público pelo Decreto 1/86, DR, de 3 de Janeiro de 1986.

Neste castro existem zonas que foram ocupadas em épocas diferentes e de formas diferentes. Por esse motivo os arqueólogos dividiram-no em sectores, unicamente por uma questão de melhor se compreender as suas diferenças. As intervenções arqueológicas, ocorrem até à actualidade, tendo sido iniciadas em 1985. São orientadas pelo professor Doutor Carlos Alberto Brochado de Almeida, da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, com a colaboração de jovens voluntários oriundos de escolas do concelho de Esposende e de diversas universidades portuguesas e europeias. A Câmara, intervém com o apoio logístico, através do seu Pelouro da Cultura.


O sector C (caminho de acesso à capela), terá sido habitado entre o século III-II a. C. Ou até ao quarto século da nossa era. As casas são circulares ou sub-rectangulares, tendo sido algumas paredes, no seu interior, rebocadas e pintadas a branco ou amarelo e apresentavam um rodapé a cinzento. O chão era coberto com saibro bem amassado e bem calcado. As casas circulares tinham o tecto em forma cónica, cobertas por elementos vegetais, enquanto que as outras mais alongadas tinham o tecto formado por uma ou duas águas. No centro de cada casa acendia-se o lume ou fogueira assim como estava a poste que sustentava o telhado.


Na época da romanização, começou a ser utilizado no telhado a tégula e o imbrex (telha), que vieram substituir a cobertura vegetal até aí utilizada.

Com a necessidade de aumentar o espaço de cada casa, os seus habitantes começaram a acrescentar-lhe uma espécie de vestíbulo, que os arqueólogos chamam de "caranguejo", pela forma como é aparente. Com a necessidade de separação de famílias que viviam em casas contíguas, foram construídos muros que os separavam as casa em núcleos habitacionais. Entre as diversas casas da mesma família, o chão entre as casas poderia ser coberto por lajes e era utilizado para secagem de cereais ou frutos, além de proporcionarem uma melhor comodidade, formando ruas estreitas.

O Sector CV (caminho velho), já mais perto da actual capela de São Lourenço mas ainda na encosta Norte, apresenta as casas em patamares de cotas diferentes, sendo esses patamares suportados por muros de sustentação. Neste sector foram restauradas algumas casas para que mais facilmente seja possível idealizar a forma original, como se formava um núcleo familiar naqueles tempos idos. As casas restauradas correspondem a casas da época da mudança de era. (do século I a. C. para o I d. C.)


Quanto ao sector D, este situa-se à entrada do castro, no início do caminho de acesso à capela. Ali se encontra a muralha castreja e romana, que posteriormente foi reformulada, em época medieval para a protecção das gentes que habitavam o castro.

O sector E (escadório) e o Sector A (acrópole), um no lado Norte e o outro no lado Sul da escadaria que dá acesso à capela, apresentam vestígios de ocupação por casas circulares. Estes locais terão sido ocupados já não na época castreja por habitantes que utilizariam o cume deste monte, para observarem a costa litoral e a foz do rio Cávado, assim como para se defenderem, em épocas posteriores, de ataques dos vikings e mouros que por diversas vezes assolaram a região.




É de notar que deste local é possível observar quilómetros e quilómetros da costa marítima. (foi por esta razão que nos séculos XII e XIII se construiu uma muralha em pedra neste monte que serviu como uma espécie de "castelo").

O Sector T (tesouro) foi um dos mais escavados. Este, encontra-se no pequeno vale que dá acesso à antiga pedreira, que se encontra a meio da encosta, cujo caminho de acesso a este acabou por destruir uma parte deste sector. Aqui, foram encontradas cerâmicas de diversas épocas e contextos culturais, sendo que as peças de maior destaque são as cerâmicas gregas, do século IV a.C.encontrada no sector T. Ainda aqui, foi encontrado um conjunto importante de moedas romanas em prata (denários), pertencentes à época de Augusto e de Tibério

Os sectores M1 e M2 (mar), encontram-se a meio da encosta e são formados por dois núcleos habitacionais formados por casas circulares e sub-rectangulares, com lajeado a cobrir o caminho entre as habitações. Aqui foi encontrado outro tesouro de moedas, pertencentes à época da República Romana.

Fonte: Wikipédia


Qual Indiana Jones?!... PatiZabél, em busca do tesouro... :P

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