Morreu ontem a «namoradinha» de Portugal dos anos 40 e 50...
Milú, uma das mais famosas estrelas do cinema português, morreu às 06:00 do dia 5 de Novembro, em Cascais. A actriz, que participou em inúmeros filmes do imaginário português, tinha 82 anos e encontrava-se hospitalizada em Cascais, na sequência de uma infecção pulmonar.
Maria de Lurdes de Almeida Lemos estreou-se na arte da representação quando tinha apenas 12 anos no filme «Aldeia da Roupa Branca, com Beatriz Costa. Em 1943 interpretou Luisinha de O Costa do Castelo, de Arthur Duarte que também a dirigiu em O Leão da Estrela (1947), O Grande Elias (1950) e Dois Dias no Paraíso (1958).
Participou ainda em filmes de Manuel Guimarães, Costantino Esteves, Armando de Miranda, Perdigão Queiroga e, já em Espanha, de Ladislao Vajda. Vivendo uma época de ouro do cinema português, entre os anos 40 e 50, a sua beleza e fotogenia encantou gerações de portugueses e portuguesas, pelo que a compararam às estrelas de Hollywood.
Presença assídua na rádio, onde aos dez anos começou a cantar, e a sua voz imortalizou músicas como A Minha Casinha e Cantigas da Rua. No teatro salientam-se as suas interpretações em espectáculos de revista, nomeadamente no Teatro Avenida e Teatro Variedades.
Viveu no Brasil entre 1960 e 1968. Kilas o Mau da Fita, de José Fonseca e Costa (1984) foi a sua última aparição no cinema.
Foi distinguida pela Secretaria de Estado da Cultura com uma condecoração de mérito artístico. Em 2007 foi agraciada com a Ordem Militar de Sant'Iago e Espada, pelo Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva.
Sobre ela, disse Raul Solnado: "Era uma mulher linda, deslumbrante, e foi uma personalidade da cena portuguesa. Quando entrava, esmagava a plateia."
Em declarações à TSF, o realizador António-Pedro Vasconcelos definiu Milú como um «sopro de vida no cinema» e uma «figura solar esquecida pelo país».
«Para mim, a Milú foi uma 'star' que durante a minha adolescência e o período cinzento do salazarismo iluminava, de certa maneira, a minha existência», recordou.
Para este cineasta, a actriz «marcou imenso» e acabou por ser esquecida pelo país, porque havia «muita gente que pensava que tinha morrido».
Numa altura em que já se encontrava praticamente cega, António-Pedro Vasconcelos teve a oportunidade de conviver com a actriz.
«Nessa fase do declínio, deu-me muita satisfação poder evocá-la e ajudar a que a memória da Milú não se perdesse nessas novas gerações, porque o país é muito ingrato e lida mal com a memória», concluiu.
Milú, num dos mais brilhantes filmes portugueses... O Costa do Castelo
Para quem não conhece o original d' A minha Casinha...
Até já Milú... vemo-nos logo mais no DVD lá de casa... ;)
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